Agora que o referendo nos deu o tão ansiado resultado, é altura da lufada de ar fresco quanto a conversas e programas de televisão.
Agora que tudo se resolveu, parece-me altura de tecer algumas considerações.
Primeiro, a pergunta. A pergunta foi mal colocada, de qualquer das maneiras, penso que deveria ter sido resolvida única e exclusivamente a questão. Ganhou o SIM, muda-se a lei e pronto. Não há necessidade de liberalização do aborto. A pergunta era matreira e alguém que não concordasse com a lei, teria necessáriamente de votar SIM, indo contra os seus princípios e ajudando a liberalizar o aborto.
Outro aspecto foram as infindáveis campanhas e debates, fazendo com que os partidos políticos tomassem posições.. para quê? Uma coisa é pessoas dentro de um partido, tomarem a sua posição, que pode até mesmo, ir contra a posição do partido em si. Retrairem as pessoas, influência-las a tomarem uma posição partidária. Uma coisa é a política. Outra coisa é a questão penal do assunto.
Mais de metade da população não votou neste referendo. Mais ainda do que no de 1997. Pelas normas correctas de referendos e eleições, não era suposto haver novo referendo? Como pode mais de metade da população eleitoral não votar? Será que desta vez essa maioria é maioritáriamente, passo a redundância, idosa?
Até agora, ainda não percebi onde foram gastos os tais 10 milhões de euros precisos para fazer o Referendo. Será que foi na comida que esteve nas salas do SIM e do NÃO?
Tal como a tomada de posições dos partidos políticos, a Igreja não deveria influênciar os seus seguidores e deixá-los seguir os caminhos que a consciência e principios lhes mandam. A Igreja deveria deixar-se de dogmas e evoluir de acordo com os tempos em que se vive hoje.
Confesso que o discurso de vitória feito pelo SIM, foi particularmente ridículo. Em cima do púlpito estavam quase só mulheres, em choros e euforias, ouvindo atentamente a porta-voz, que fez um discurso sem sentido e emotivo em exagero. Atrás, estava em constante abano de cabeça emocionado, outra senhora que se notava perfeitamente, ser uma feminista a 100%.
Por último, é-me difícil perceber como uma lei que foi aprovada ontem, só seja mudada em Junho. Pode isto lá ser?
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